quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Devaneio de "uma mente brilhante"

Ás vezes as pessoas mais inteligentes são capazes de dizer as coisas mais estúpidas. Diz Stephen Hawking: "Because there is a law like gravity, the universe can and will create itself from nothing".
Analisando esta frase notam-se duas grandes contradições:
  • Primeira: Como é que o universo se cria a ele próprio? Qual é a coisa que se cria a sí própria? Nenhuma! Isto porque tudo o que começa a existir tem uma causa... um objeto não pode ser ao mesmo tempo causa e efeito de sí próprio.
  • Segunda: Como é que algo é criado a partir do nada? Se somarmos um milhão de zeros, por acaso, obtemos algum numero que não seja zero? Por acaso pode-se fazer uma casa sem tijolos?
Este pequeno exemplo serve para esclarecer uma falácia muito comum: a falácia da autoridade. Segundo a wikipedia o "(...) argumento de autoridade, é uma falácia lógica que apela para a palavra de alguma autoridade a fim de validar o argumento. Este raciocínio é absurdo, pois a conclusão baseia-se exclusivamente na credibilidade do autor da proposição e não nas razões que ele tenha apresentado para sustentá-la"(http://pt.wikipedia.org/wiki/Argumentum_ad_verecundiam).
Portanto, da próxima vez que pensar em invocar o nome de alguém para validar um argumento, dou-lhe um conselho... pense novamente ;)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pode-se curar doenças (mais e menos) graves com as mãos?: A abordagem de William Bengston


Desde há seculos atrás que se acredita que algumas pessoas são capazes de curar através das mãos. O próprio Hipócrates, pai da medicina, que viveu entre 460 A.C. e 370 A.C., relatou certa vez que, por vezes, as suas mãos pareciam ter efeitos milagrosos.
Atualmente existem várias técnicas de cura com as mãos como por exemplo o Reiki e o Toque Terapêutico. Existem também várias pessoas que afirmam ser capazes de curar com as mãos, sem nunca terem praticado algum tipo de técnica específica, como por ex. Romilda Costa, presença frequente em alguns programas da televisão portuguesa.
O foco deste artigo será a obra de William Bengston que vem retratada no seu livro intitulado: “The Energy Cure: Unraveling the mystery of hands-on healing”. Bengston tem um doutoramento em sociologia e é professor dessa mesma ciência numa universidade Americana.
Nos anos 70, com cerca de 20 anos, Bengston conheceu um individuo chamado Ben que afirmava ter capacidades psicométricas, ou seja, ao pegar num objeto Ben conseguia contar alguns detalhes do seu proprietário. Curioso, Bengston decidiu testar Ben dando-lhe vários objetos de amigos seus que Ben não conhecia para que ele fizesse “leituras”. Os resultados eram impressionantes, Ben nunca falhava! Para além das leituras Ben também demonstrou grandes capacidades psíquicas em outras ocasiões...
Um certo dia Bengston, que sofria de dores crónicas na região lombar, pediu a Ben para que este lhe pusesse as mãos nas costas com a esperança de que o toque deste “homem especial” pudesse terminar ou pelo menos amenizar a sua dor. Qual não foi o espanto de ambas… não só as dores pararam como nunca mais voltaram.
Intrigado com os resultados Bengston pediu a Ben para que ele fizesse um estudo laboratorial com ratos injetados com uma substancia que produzia invariavelmente cancro mamário e cuja taxa de mortalidade ao fim de 28 dias era de 100%. Ben recusou fazer o estudo e Bengston que conhecia a técnica utilizada pelo seu amigo decidiu avançar ele próprio para o estudo. Nesse estudo os cinco ratos tratados por Bengston tiveram uma remissão dos cancros, ou seja, ficaram curados. Em três estudos seguintes Bengston ensinou a sua técnica a voluntários que a aplicaram aos roedores. No primeiro desses estudos remitiram 100% dos ratos, no segundo remitiram 70% e no terceiro remitiram 90% (um artigo com os estudos pode ser descarregado em http://www.scientificexploration.org/journal/jse_14_3_bengston.pdf).
Após a remissão alguns dos ratos foram injetados novamente com a mesma substância. Verificou-se que nenhum dos ratos desenvolveu cancro, o que indica que desenvolveram imunidade.
Bengston aplicou esta técnica a centenas de pessoas tendo curado os seus pacientes de várias doenças incluindo cancros. Certa vez Bengston conseguiu mesmo curar um individuo com gangrena num pé, evitando assim a sua amputação. Que se saiba, esta foi a primeira e única remissão desta doença na história.
Já imaginaram o que seria para a Humanidade se esta técnica pudesse ser ensinada à população em geral? Quantas vidas se poderiam salvar? Quantos milhões de Euros se poderiam poupar na saúde? Quão melhor seria a qualidade de vida das pessoas?
Bengston tem andado a ensinar a sua técnica a outras pessoas e tem tentado que os cientistas o estudem. Porém, estes têm mostrado uma grande resistência… na verdade muitos têm medo dos resultados que possam advir dos seus estudos. Têm medo que aquilo em que sempre acreditaram talvez não esteja certo, têm medo de perder a sua importância, medo de perderem os seus empregos.
O medo é uma força inteiramente negativa, uma força inimiga da verdade e portanto inimiga da própria humanidade. É preciso coragem para estudar estes assuntos. Todos nós seriamos beneficiados!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Como se tomam decisões politicas (fictícias) em Portugal: O caso do TGV


Num mundo ideal a politica serviria para tomar as melhores decisões possíveis de forma a maximizar o bem-estar dos cidadãos. Melhorar a condição de vida dos cidadãos deveria ser o principal objetivo de todos os políticos, quer o seu nível de atuação seja local, regional ou nacional.
Porém, quando observamos com atenção o panorama politico nacional vemos que são mais os que estão nessa atividade para se servirem do que para servirem os outros. Aquela que deveria ser uma atividade altruísta, onde se exercitaria o prazer de se doar e de ajudar torna-se numa atividade completamente egocêntrica, visando apenas a satisfação do ego e da carteira.
No livro mais recente de José Rodrigues dos Santos, “A Mão do Diabo”, são descritas várias conversas “fictícias” (entre aspas, é claro!) entre altos dirigentes políticos e empresários.
Sobre o caso do TGV pode ler-se uma conversa entre o primeiro-ministro responsável pela decisão e um empresário a quem se chama Comendador (p. 538):

Diz o primeiro-ministro: “ (…) acontece que vamos avançar aqui com um projeto e… quero que você faça parte do consórcio. É muita massa envolvida meu caro amigo. Vai dar dinheiro para toda a gente”. Pausa. “Não, é evidente que a alta velocidade não é rentável, meu caro comendador. Também as auto-estradas não são rentáveis nem necessárias e isso não nos impediu de as fazer, pois não? Era preciso ajudar as construtoras amiguinhas e nós ajudamos, ou não ajudamos? Neste caso é o mesmo. A malta faz um contrato dos habituais, daqueles em que o estado paga para assegurar o lucro do consórcio encarregado do projeto. Será uma parceria público-privada segundo o esquema habitual, fique tranquilo”. Ainda uma pausa. “Isso, isso. Mas, oiça lá, quero um bom financiamento para o partido, ouviu? Olhe que estou a dar-lhe muito dinheiro a ganhar”.

Apesar de “fictícia” esta conversa retrata bem um dos grandes problemas da política em Portugal: o financiamento partidário. Quem conhece, ainda que pouco, a realidade eleitoral, sabe que muitos políticos são capazes de fazer quase de tudo para serem eleitos… O problema é que para serem eleitos muitos deles aceitam grandes financiamentos de empresas privadas e depois retribuem-lhes, quando eleitos, pelas suas “generosas” ofertas, quer seja através de concessões, elaboração de legislação favorável às empresas ou da adjudicação de obras de forma obscura (no caso das empresas de construção).
Estou convencido de que, para deixar de ser um país da periferia tem que haver uma diminuição acentuada da corrupção em Portugal. No gráfico seguinte podemos verificar como países com níveis de corrupção elevados tendem a ter economias mais débeis e vice-versa:

 
No livro “A Mão do Diabo” constam ainda outras conversas muito interessantes, em relação a casos como por ex. o da compra dos submarinos. Fica aqui um convite à leitura deste excelente livro!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Crianças que se lembram de vidas passadas

Em algumas partes do mundo, maioritariamente em países orientais, existe uma crença generalizada na reencarnação. Esta crença defende que o espírito ou alma habita sucessivamente vários corpos de modo a alcançar um maior nível de evolução.

Existem dois modos de abordar o assunto da reencarnação: pode pensar-se na questão ao nível filosófico, ou seja, podemos debater a lógica da reencarnação em termos teológicos, ou podemos pensar na questão a um nível científico, mais orientado para a obtenção de provas que confirmem ou refutem a existência de tal fenómeno.

Dentro da abordagem científica têm sido seguidas duas linhas de investigação que tentam avaliar a existência do fenómeno: uma através da regressão hipnótica e outra através do estudo de relatos feitos por pessoas que afirmam ter memórias de vidas passadas. Neste artigo debruçar-nos-emos sobre esta segunda linha de investigação.

Várias crianças, principalmente em países orientais, afirmam ter memórias de vidas passadas. Normalmente, essas memórias vão-se desvanecendo à medida que as crianças crescem, sendo que, quando chegam a adultas apenas cerca de metade delas as mantêm. As recordações centram-se maioritariamente em pessoas que conheciam na vida passada, nos lugares onde viviam e nas circunstâncias da sua morte. A maioria das pessoas afirma que as memórias têm um impacto positivo na sua vida, embora para algumas essas memórias tenham redundado em consequências negativas, como ser alvo de chacota ou ainda a persistência de medos ou fobias relacionados com as circunstâncias da morte.

O mais curioso nestes casos é que, certas vezes, é possível confirmar que as memórias das pessoas condizem com lugares e pessoas que nunca conheceram na sua vida presente. Em alguns casos, algumas situações vividas numa vida passada podem ser confirmadas por terceiros (que não conheciam a pessoa na vida presente).

Um desses casos extraordinários é o de James Leninger: Desde pequenino James sempre mostrou muito interesse e conhecimento de aeronaves, principalmente dos aviões usados na Segunda Guerra Mundial. Dos dois aos quatro anos o pequeno entusiasta de aeronaves tinha pesadelos recorrentes, nos quais se encontrava num avião de guerra atingido pelo fogo inimigo. Intrigados com o conteudo dos sonhos, os pais de James perguntaram-lhe quem tinha atingido o seu avião, tendo a criança respondido que tinham sido os Japoneses. Com o passar do tempo os pais de James foram-lhe fazendo mais perguntas e as respostas eram surpreendentes... disse que na outra vida se chamava James, que o seu avião tinha descolado do porta-aviões Natoma, que tinha um amigo piloto chamado Jack Larson e indicou através de uma fotografia o local onde o avião se tinha despenhado. Intrigado com a descrição o pai investigou o caso e concluiu que, de facto, em 1945 existiu um homem chamado James M. Houston Jr., piloto que servia a bordo do Natoma e cujo avião se tinha despenhado devido ao fogo Japonês no sitio em que James tinha indicado. Para além disso, descobriu também que Jack Larson era também um piloto que servia a bordo do Natoma.

Os videos deste caso podem ser vistos no youtube:



Apesar de este caso não provar a existência da reencarnação, dá-nos indicios de um fenómeno que, na minha opinião, vale a pena explorar já que pode revolucionar o modo como as pessoas vêm o mundo.
Para quem gostar do tema podem sempre ler as obras de Ian Stevenson ou de J. B. Tucker, académicos sérios que investigaram o fenómeno das crianças que se recordam de vidas passadas.