quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Vestígios materiais da governação

A educação é o fator que mais contribui para o progresso social e económico de uma sociedade. Por esta razão são ganhadoras as estratégias em que o capital humano é a pedra basilar do desenvolvimento.
Não creio que as Câmaras Municipais devam restringir as suas atividades à construção de infra-estruturas. A aposta na educação dos seus cidadãos, principalmente das suas crianças e jovens, é muito mais importante. Infelizmente parece que quase ninguém neste país quer ver isso…
Andamos todos iludidos com os “vestígios materiais da governação”: uma rotunda, um pavilhão, um bocado de asfalta à porta de casa. Estes sim, são os nossos verdadeiros critérios de decisão dos quando confrontados com um sufrágio. Não é que tenhamos grande escolha já que, por norma, todos os proponentes baseiam as suas campanhas em promessas de construção. Porém, de que serve alguém ter um Ferrari se apenas está habilitado a conduzir motorizadas? Para quê ter o computador mais avançado se o nosso sistema operativo é o MS-DOS?
Há uma grande razão pela qual não se aposta verdadeiramente na educação: é que esta é perigosa para os políticos! A ignorância do povo é conveniente porque desta forma este é mais facilmente impressionável pelas obras de fachada do que um povo educado.
Se olharmos para os países Escandinavos, referências em termos de desenvolvimento, vemos que as Câmaras Municipais têm como principal prioridade a educação. Porque é que as elites do nosso país não fazem um esforço para adaptar este modelo? É difícil mas não é impossível!

4 comentários:

  1. É verdade! Aos políticos não lhes convém gente bem informada que saiba pensar e reflectir sobretudo, mas que tipo de educação vamos querer? Que tipo de pedagogia vamos querer? Essa é a questão! Que tipo de conhecimentos vamos transmitir? Vamos continuar a obrigar os jovens a estudar ou vamos estimulá-los e colocar a semente do conhecimento dentro deles? Vamos apostar num modelo autoritário e caduco de ensino que nos transforma em obedientes robôs,soldados, tipo linha de montagem, ou vamos apostar noutro tipo de ensino que valoriza as características individuais de cada um? Vamos seguir o modelo de Esparta ou vamos seguir um modelo de liberdade? O actual sistema educativo apenas serve para violar as nossas liberdades, traumatizar-nos e servir o sistema e esta coisa chamada Estado! Para além disso, a educação e a sensibilização da criança começa em casa, ao ver o exemplo dos pais. De nada adianta dizer ou ensinar uma coisa e depois fazer outra! Também não adianta querer formar pessoas cultas, com civismo e de carácter elevado na escola quando depois chegam cá fora e a sociedade funciona de maneira completamente diferente,a sociedade não dá os exemplos que devia dar! Hipocrisia a toda a hora! Está tudo feito para limitar-nos as possibilidades e alternativas de pensamento, está tudo feito para perpetuar o sistema. Por acaso temos alguns dissidentes e, claro, a Internet,é o que nos vale!

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  2. Concordo contigo! Nas escolas não se ensina a pensar, ensina-se a "papaguear" - repetir informações passivamente sem que haja a mínima consciência daquilo que se está a dizer. Os alunos deveriam ser estimulados a pensar por eles próprios, a darem a sua opinião... por exemplo: numa aula de História em que se fale sobre a segunda guerra mundial, deveria ser proposto aos alunos o exercício de se porem no lugar de um judeu. Quais seriam os seu sentimentos, os seus medos, as suas aspirações? Isto permitiria não só treinar o sentido critico mas também humanizar os alunos, torná-los mas conscientes do sofrimento alheio. Nas ciências também se deveria ensinar a diferença entre uma lei e uma teoria. Vê por exemplo o Big Bang e o Neo-Darwinismo: são duas teorias que são ensinadas como se fossem verdades inquestionáveis (não estou a dizer que estejam erradas, ou, pelo menos, totalmente erradas).
    O grande problema da nossa sociedade é que há um "polvo" cujos tentáculos se estendem da esquerda à direita, das grandes empresas aos reguladores... tentam fazer de todos nós marionetas. Mas há cada vez mais gente dissidente e chegará o dia em que seremos tantos que uma revolução acontecerá!

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  3. E depois temos também o trabalho. Repara que o ser humano sujeita-se a trabalhar 8 horas por dia, às vezes até mais, e trabalha a vida inteira, muitas vezes fazendo aquilo que não gosta ou aturando coisas que não devia. Tem direito a uma porcaria de 1 mês de férias e agora nem isso. E aceita tudo isto,orgulha-se de ser um escravo e sofre se não tiver esta vida,sofre se não tiver um empregozito, porque afinal de contas não há outra hipótese. Mas será que não há? Nascemos para criar ou nascemos para trabalhar?! O ser humano orgulha-se de ser um escravo produtivo e tudo isto para alimentar um sistema caduco, ultrapassado que existe para concentrar a riqueza e os recursos na mão de meia dúzia de pessoas!
    Temos hoje mais condições e conhecimentos do que nunca, mas continuamos a insistir em porcarias deste género e desejamos disparates antiquados. Pobre ser humano! "Crescei e multiplicai-vos"- para quê? Que falta de imaginação! Salve-se quem puder, ainda estamos na selva! Não vêem que o objectivo teria de ser o de libertar as pessoas do trabalho, sem que isso signifique deixar de criar ou prestar um serviço qualquer à sociedade! E quando alguém propõe uma estratégia diferente, é logo rotulado de comunista... Se houvesse um objectivo bem definido que, por etapas, pudesse ser concretizado, seria, entre outros, libertar as pessoas gradualmente e proporcionar-lhes mais tempo e melhor qualidade de vida.

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  4. De facto este capitalismo selvagem não contribui em nada para a felicidade do ser humano. E tudo devido a uma coisa: egoismo! Esta tem sido a força motriz de todo o sistema. Todos querem ganhar mais para serem "maiores" do que os outros e muitos não se inibem de lesar e usurpar quem lhes aparece pela frente para conseguir tal fim.
    Penso que um novo sistema terá que ser baseado na cooperação e não na competição. A competição está a deixar as pessoas loucas: trabalham como escravas (como se a finalidade ultima da vida fosse o trabalho) e por isso perdem a sua saúde física e mental. E tudo isto para quê? Ganhar uns trocos que depois são gastos em tratamentos para tentar conseguir voltar a ser saudável...
    A principal aspiração de todas as pessoas é a felicidade. Ela não depende de supostos estatutos, de fama, joias ou poder... nada a pode comprar. Todos deveríamos ter a hipotese de a encontrar!

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