Surgiu hoje (14/07/2013) na página do Facebook da “Tugaleaks”
um artigo (http://www.tugaleaks.com/assuncao-esteves.html) sobre a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que
demonstra o quanto as emoções podem perturbar a racionalidade que se exige a
quem escreve para um grande número de leitores.
O artigo é escrito num tom completamente acusatório e tenho
a certeza que quem o escreveu não parou um pouco para pensar, deixando-se
entregar totalmente numa torrente de emoções.
No post do Facebook começa-se por dizer que a dita senhora “não
é uma santa”. Eu pergunto: Quem é “santo”? Quem nunca errou? Certamente não há
nem nunca houve ninguém cuja vida se pautasse por uma total observância dos
mais elevados princípios morais… é tão óbvio que qualquer pessoa, pensando um
pouco, chega a esta conclusão.
No artigo refere-se o facto de a senhora ter uma reforma devida
ao período de 10 anos de trabalho no tribunal constitucional. Também se refere
que recebe um ordenado astronómico. Isto é completamente verdade! Não existe
nenhuma razão que justifique o facto de se pagarem reformas ao fim de tão poucos
anos de trabalho. Também é revoltante ver pessoas ganharem tanto dinheiro à
custa de todos nós. Mas eu pergunto: Que culpa é que a senhora tem de a lei ser
como é? É a única nestas circunstâncias? Se nos oferecessem as mesmas
condições, algum de nós recusaria?
Também se afirma que ela teve atropelou uma senhora numa
passadeira. Mas isto não pode acontecer a qualquer pessoa? Até ao mais
bem-intencionado dos seres?
Não estou a defender a Assunção Esteves pois para mim é tão
boa como qualquer um dos restantes políticos… Acho até que esteve muito mal no
episódio em que tratou os manifestantes que estavam na AR com uma ira
vergonhosa para alguém que ocupa tal cargo. Porém, não consigo concordar com as
pessoas que escrevem artigos cujo objetivo parece ser apenas exteriorizar a sua
raiva em relação a alguém.
A indignação é algo muito positivo e é saudável que as
pessoas a demonstrem por via da palavra, das manifestações e outros atos. Já o
ódio não leva a lado nenhum. Quem odeia prova não ser melhor do que o
destinatário do seu ódio.
Por isso eu lanço um repto: indignemo-nos, revoltemo-nos
contra o atual sistema, deitemo-lo abaixo, restauremos a nossa autonomia e
dignidade enquanto nação e criemos um Portugal melhor. Porém, não o façamos com
base em rancores pessoais senão não faremos mais do que derrubar um sistema
para implementar outro com pessoas diferentes mas igual em tudo o resto.
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