A biologia molecular defende que a forma de um qualquer
organismo está contida no seu DNA. Sendo assim, seria de esperar que neste
momento em que tantos milhares de milhões de Euros foram gastos em investigação
nesta área fosse possível encontrar alguns genes que determinassem a forma de
uma qualquer estrutura corporal, como por ex. a forma do nariz (redondo,
achatado, pontiagudo…). A verdade é que esses genes ainda não foram encontrados
e talvez nem existam…
O biólogo Rupert Sheldrake no seu recente livro “The Science
Delusion” dá o exemplo de uma alga unicelular chamada Acetabularia. Esta alga, que pode atingir os 10cm, é constituída por
três partes principais: os rizinoides (uma espécie de raízes onde se encontra o
núcleo da célula), o caule e o chapéu. O que esta alga tem de especial é o
facto de caso lhe retiremos o núcleo e depois lhe cortemos o chapéu, ela consegue
regenerar-se e formar um chapéu novo, mesmo na ausência de material genético.
Este facto é um autêntico quebra-cabeças para qualquer
especialista em biologia molecular. Como é que se pode restaurar uma parte da
alga sem o “livro de instruções”?
Rupert Sheldrake tem uma teoria para responder a este
desafio, chama-se “teoria dos campos morfogenéticos”. Esta teoria advoga que
todos os seres vivos são portadores de um campo virtual que determina a forma
de qualquer ser vivo. Esse campo, que transcende a dimensão espacial, deriva
dos campos de seres anteriores da mesma espécie e é reforçado com a reprodução
das espécies, sendo um campo de uma espécie recente muito menos estável do
ponto de vista morfológico do que um campo mais antigo. Isto não quer dizer que
os genes não interfiram no processo morfológico, já que são responsáveis pela
sintetização dos aminoácidos necessários para a formação de proteínas, quer
dizer apenas que os genes são responsáveis pela criação dos blocos, mas não da
forma como estes estão dispostos.
A teoria dos campos morfogenéticos também se aplica aos
comportamentos e aos grupos. Rupert Sheldrake afirma no seu livro “A New
Science of Life”, fundamentadamente, que por ex. o tempo que um conjunto de
ratos demora a ultrapassar um determinado problema tende a diminuir com o
passar do tempo, mesmo em experiências independentes realizadas em dois
extremos distintos do planeta. Ou seja, caso um grupo de ratos seja confrontado
com uma situação problemática na Austrália, demorará mais tempo a resolve-la do
que outro conjunto de ratos que sejam confrontados com a mesma situação uma
semana depois na Inglaterra.
A ciência, como tudo o resto, está em constante mudança,
evolução. As verdades de ontem são os erros de hoje e quem sabe se as verdades
de hoje não serão os erros de amanhã. Portanto eu encaro com satisfação os
dissidentes, aqueles que pensam fora dos limites impostos pelas ortodoxias, que
exploram florestas virgens e navegam por águas nunca d’antes navegadas.
Não só de genes vive o Homem!:)
ResponderEliminarPois... :) hehe
Eliminar