sexta-feira, 19 de abril de 2013

A ditadura da imagem - O homem Deus

A imagem que temos de nós próprios está, na maior parte das vezes, relacionada com o que achamos que os outros pensam de nós. Como desejamos, por exemplo, que os outros nos achem atraentes começamos a embelezar-nos, como queremos que os outros nos achem inteligentes procuramos escolher meticulosamente as palavras que debitamos.
Assim, pouco a pouco, vamos criando amarras, ficando cada vez mais dependentes do que os outros acham, até nos tornarmos escravos deles.
Quando o que os outros acham de nós vai contra aquilo que idealizamos vêm os problemas: preocupação, insegurança, ansiedade... Não faz sentido quebrarmos este absurdo? Claro que sim! Para isso precisamos de pensar de um modo diferente, é uma questão de premissas!
Olhemos por exemplo para a beleza física: um objeto/pessoa não é, em si mesmo, bonito ou feio. É a mente de cada pessoa que interpreta o estimulo visual e cataloga alguém em função da sua beleza. Ora, as mentes humanas (que rondam os 7 mil milhões) são todas elas diferentes, pelo que não se pode esperar que todas elas cataloguem uma pessoa da mesma maneira. Temos que nos consciencializar que somos bonitos para uns e feios para outros. Só assim conseguimos ser livres da prisão da aparência física e dedicarmos mais tempo àquilo verdadeiramente nos pode fazer felizes.
Com a inteligência acontece o mesmo. Se alguém quiser provar a sua inteligência como um atributo absoluto, reconhecida por toda a gente, cedo se sentirá frustrado quando alguém lhe disser ou insinuar o contrário.
Para além da questão da multiplicidade de pontos de vista devemos considerar a temporalidade dos atributos da imagem: uns dias parecemos mais bonitos, outros menos; às vezes somos capazes de discutir um assunto brilhantemente e outras vezes temos que nos remeter ao silêncio da nossa ignorância. É importante reconhecermos a inconstância dos atributos da nossa imagem!
Em resumo: Vivemos obcecados com a perfeição. Na busca alucinante pelo "eu perfeito" tentamos ser Deus: a beleza absoluta, a inteligência suprema, a imperial impolutez moral. Não precisamos disso! Reconheçamo-nos como seres imperfeitos e incompletos e tudo será mais fácil!

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