quarta-feira, 20 de março de 2013

Em busca da felicidade

Tudo aquilo que fazemos tem como finalidade última a nossa felicidade. Não há justificação para a felicidade, ou seja, ninguém pergunta: “mas afinal porque queres ser feliz?”. Queremos ser felizes porque está na nossa natureza, não há outra justificação. Até aquele que se suicida procura uma espécie de felicidade através da libertação do sofrimento... mesmo aquele que, tendo pouco, partilha o seu pão com o seu próximo fá-lo porque é feliz ao ver o outro mais reconfortado com um pouco da sua comida.
A maioria das pessoas procura a felicidade fora delas próprias: ter um bom carro, um bom emprego, uma boa casa, um bom parceiro… ao deixarem a felicidade depender daquilo que não controlam é frequente sentirem-se frustradas com as suas vidas. Muitas pessoas, por exemplo, ao comprarem um carro topo de gama sentem-se muito contentes durante os primeiros tempos, depois o carro passa a ser-lhes indiferente e passado algum tempo, ao verem carros melhores que o seu, o carro passa a ser uma fonte de insatisfação.

Mas o que será a felicidade?
Um sentimento passageiro de prazer? Uma emoção boa? Não! A verdadeira felicidade não depende das circunstâncias. Ela é um sentimento de profundo bem-estar independentemente das circunstâncias que nos rodeiam. Assim sendo, uma pessoa pode estar com muitos problemas e mesmo assim ser feliz. Pode-se pensar na felicidade como o fundo do mar… por mais que as tempestades e os vendavais fustiguem a superfície o fundo é sempre calmo, tranquilo.

O que podemos fazer para promover a nossa felicidade?
Segundo a psicologia positiva (um ramo da psicologia) devemos ser gratos por aquilo que temos: gratos pelo prato de comida que está em cima da mesa, gratos pelo sol, gratos pela chuva, gratos por termos amigos… Ainda segundo a psicologia e confluindo com as religiões orientais outro meio de promover a felicidade é a prática de meditação. Ajuda a relaxar a mente, conhecermos melhor os nossos propósitos, os nossos sentimentos e, praticando algumas técnicas, gerar um sentimento de compaixão para com todos os seres vivos. Um caminho complementar para a busca da felicidade é aquilo a que os budistas chamam a desconstrução do ego, ou seja, reconhecermo-nos, a nós e aos outros, não como uma entidade independente e imutável, mas como um fluxo constante de consciência. Deste modo, a maldade numa pessoa (por exemplo), não é vista como um atributo estanque, mas como apenas um momento no continum consciente. Assim relativizamos os nossos defeitos, bem como os das outras pessoas e não nos sentimos tão descontentes com determinadas situações.
Cada um terá que procurar a felicidade à sua maneira, de qualquer modo, ajuda sempre voltarmo-nos para dentro para percebermos aquilo que realmente nos interessa.

Em relação ao tema da felicidade recomendo o livro de Matthieu Ricard “Happiness: a guide to developing life’s most important skill” e os seguintes vídeos do mesmo autor:




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